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Haddad inclui novas medidas de cortes e não exclui 'ataque especulativo', mas supõe 'acomodação' do dólar
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O ministro da Fazenda julgou que no momento de pendência do pacote fiscal, o dólar sofrerá alterações maiores
- Por Camilla Ribeiro
- 18/12/2024 21h26 - Atualizado há 2 dias
Fernando Hadda, o ministro da Fazenda, relatou nesta quarta-feira (18) que a equipe econômica pode utilizar, no futuro, novas medidas de cortes de gastos.
A fala ocorreu durante entrevista na portaria do Ministério da Fazenda.
Ele tem um almoço marcado com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal, para debater sobre a tramitação do pacote fiscal de gastos.
"Eu nunca falei que isso [processo de cortes de gastos] é um trabalho que se encerra. Não se encerra. Nós vamos acompanhá-lo.”
“Vamos fazer uma avaliação do que foi aprovado, nós temos também a questão da desoneração da folha que tem uma pendência no Supremo que nós vamos resolver", disse o ministro.
Com a alta do valor da moeda americana, que influenciam diretamente nos juros futuros, os quais servem de base para as taxas bancárias.
O ministro não descartou a possibilidade de estar ocorrendo um ataque especulativo à economia brasileira.
"Há contatos conosco falando em especulação, inclusive jornalistas respeitáveis falando disso.”
“Eu prefiro trabalhar com os fundamentos, mostrando a consistência do que nós estamos fazendo em proveito do arcabouço fiscal para estabilizar isso. Mas pode estar havendo [ataque especulativo].”
“Não estou querendo fazer juízo sobre isso porque a Fazenda trabalha com os fundamentos. E esses movimentos mais especulativos, eles são coibidos com a intervenção do tesouro e Banco Central", declarou Haddad.
Nos últimos dias, o BC efetuou intervenções no câmbio, atravessando da venda de dólar no mercado à vista.
Ademais, dos chamados leilões de linha (venda com compromisso de recompra, como se fosse um empréstimo).
No entanto, mesmo assim, o dólar tem operado pressionado, enquanto analistas esperam o andamento do pacote de cortes de gastos no Congresso Navional.
Chegando a marca de R$ 6,15 às 12h15, nesta quarta-feira.
Enfim, o ministro destacou que a economia brasileira opera sob o regime chamado câmbio flutuante, no qual o dólar oscila com as alterações do mercado.
Ele também mencionou que as eventuais intervenções por responsabilidade do Banco Central, que, na teoria, funcionam para corrigir distorções e problemas de falta de liquidez.
Além disso, ele acredita que, enquanto o pacote fiscal, em análise do Legislativo, a moeda norte-americana terá variações .
"Mas eu acredito que ele [dólar] vai se acomodar. Eu tenho conversado muito com as instituições financeiras. A previsão de inflação para o ano que vem, a previsão de câmbio paro ano que vem.”
“Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que os especuladores estão fazendo. Mas, enfim, o câmbio futuro o Banco Central tem intervido.”
“O Tesouro passou a atuar na recompra de títulos. E eles vão continuar acompanhando até estabilizar", concluiu o ministro da Fazenda.